quinta-feira, 24 de julho de 2014

Me formei, e agora? - 10 Passos para Ser um Profissional Feliz depois da Formatura.

 Terça-feira, 22 de julho de 2014, 10h... E começa a cerimônia de formatura de gabinete dos cursos de graduação do Centro de Artes e Letras. Entre os cursos, Artes Visuais - Bacharelado em Desenho e Plástica. Entre os formandos, eu!
Foram cinco anos e meio, entre lutas e alegrias muito aprendizado, não só no saber artístico "teórico-prático-reflexivo", mais sobre a vida e suas realizações.
Bueno, essa etapa foi vencida e estou satisfeita com ela. Tem coisa que eu podia ter feito melhor? Tinha. Mas tem muita coisa em que superei meus limites também. A faculdade não me deu apenas um diploma, mas me abriu horizontes e me transformou numa pessoa melhor. Cresci.
Mas... socorro! Agora preciso trabalhar.
E aqui estou eu, começando uma "Obra Diária", com confiança de que terei sucesso. Deus é comigo.
Selecionei alguns passos que pela observação, estudo e alguma prática em outras áreas da vida aprendi pra construir meu caminho. Algumas pessoas começam isso durante a graduação, mas outras, como eu, acabam tendo que adiar até a formatura. Vamos aos (auto)conselhos:


1 - Sonhe: "Quem não sabe pra onde vai, qualquer caminho leva a lugar nenhum." Frase pronta, mas com uma verdade. Como você quer estar aqui cinco, dez anos? Já imaginou? Se não imaginou, imagine-se... Imagine o melhor, você tem tempo para trabalhar e conseguir isso. Quer ter uma carreira acadêmica de sucesso? Quer ser professor em uma grande escola? Quer desenvolver algo que transforme uma localidade? Quer vender suas obras de arte por um bom preço? Quer ter seu negócio próprio? Defina seu alvo, assim será mais fácil acertá-lo.

2 - Ajuste os Hábitos: Tem quem defenda que trabalhar de madrugada é melhor, que não devemos nos privar de prazer nenhum, no comer ou qualquer outra coisa que nos faça sentir bem por um momento. Eu defendo que o estilo de vida deve ser um prazer em si. Saúde e alegria e assim faremos todo o trabalho da melhor forma possível.

3 - Planeje-se: O que você precisa para alcançar seu sonho? Quanto precisa? Que contatos? Que habilidades? Liste tudo e divida em etapas. Faça planos para o ano, mês e semana. E execute! Quer ingressar no mestrado? Veja o que precisa enriquecer no seu currículo, o que precisa estudar, como fazer um bom projeto, e mete ficha!

4 - Capriche: Excelência é a melhor  imagem profissional: O que tiver que ser feito, faça bem feito. Você se sentirá bem com um bom trabalho e isso testemunhará sempre a seu favor. Seja a melhor versão de si mesmo e apresente-se da forma mais atraente ao mundo criando estratégias de marketing que o ajudem ser visto e bem visto em seu meio. Organize um bom currículo e um bom portfólio.

5 - Pague as contas: Vamos lá! Com diploma na mão, acabou o tempo de ser sustentado pelo pai... Claro que aceitar (ou pedir) alguma contribuição no início está tudo bem. Mas o ideal é caminhar para o autossustento o mais rápido possível. Para isso, pode ser que o primeiro trabalho não seja o trabalho de seus sonhos. Mas enquanto não encontra um trabalho na área que quer, recorra a outros que possam segurar as pontas (e pagar as contas) durante um período.

6 - Procure por oportunidades: Contas em dia pra não entrar em desespero, mas procure por oportunidades na sua área desde o começo, e assim que der, comece a trabalhar e ganhar experiência em aplicar na prática seus conhecimentos adquiridos a tanto custo.

7 - Cresça: Não se conforme em permanecer como está. Sempre dá pra melhorar. Melhore suas habilidades, seus conhecimentos, melhore sua personalidade, melhore seus produtos, melhore de função, melhore seu salário, melhore sua qualidade de vida.

8 - Avalie-se: A avaliação de seu desempenho, de seus resultados mostrarão para onde você está caminhando. É essa a direção que você quer? Se não avaliar-ser, poder cometer graves desvios de percurso.

9 - Crie novas oportunidades: Se o emprego perfeito demora tanto a aparecer, se o trabalho já está sem graça, porque não criar você o seu emprego ou ainda uma nova forma de trabalhar, no mesmo lugar? Empreenda. Em qualquer área de trabalho você pode realizar projetos transformadores de realidades, seja a sua ou a dos outros ao redor. Busque conhecimento técnico para isso, quanto mais informado, mais animado você fica.

10 - Busque parcerias: Quem encontra alguém em que pode confiar e unir esforços, encontra um tesouro. A caminhada fica mais leve, as ideias mais ricas, os resultados mais amplos. 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

O Artista e as Possibilidades da Arte


Artigo feito no segundo semestre da Facul. Comentários atuais em vermelho.



A decisão por um curso superior em Artes Visuais é feita em geral por certo vocacionamento, desejo ou gosto pelas formas de arte e expressão que dialogam com o coração humano através do olhar. 
Feita essa escolha, oferecem-se dois grandes caminhos principais de ingresso no curso: Licenciatura - formar-se para ser professor (a) de artes. Ou Bacharelado: formar-se para produzir obras de arte. [Agora sei de curso que tem o enfoque em História, Teoria e Crítica também.]
Quanto a licenciatura há certa facilidade em ver uma maneira de inserção no mercado de trabalho. Quem a escolhe, caminha em direção às escolas, publicas ou privadas.
Já os bacharelandos, provavelmente entrem no curso com uma série de duvidas:
Que tipo de arte farei?
Qual será o meu discurso?A quem se destinará?
Conseguirei vender a arte que faço?
Quem determina quanto valerá minha arte?
Como consagrar-me como artista? [Até encontrar um bom esquema para produzir e viver da arte, o artista fará estas perguntas.]
Não são esses porém os únicos caminhos, lecionar pra quem escolhe Licenciatura e tornar-se artista para quem escolhe Bacharelado em Desenho e Plástica.
Através da disciplina de Apreciação, orientados pelo Prof. Paulo Gomes tivemos a oportunidade de conhecer/ter contato com várias instâncias do universo das artes visuais. Foi-nos apresentado um sistema de artes muito mais complexo do que eu, pretensa artista, poderia imaginar. Com uma organização própria para legitimação e consagração do artista e suas obras. [Durante os anos no curso de Artes Visuais percebi outros universos, dentro ou fora deste sistema...]
Nesse sistema encontraremos várias áreas de trabalho que pedem de uma maneira ou outra os conhecimentos que se podem adquirir através da formação em Artes Visuais. Desde a produção das obras, distribuição, conservação, difusão de informações e promoção da cultura artística.


O Artista Visual

Coli (1994, p. 8), em seu livro “O que é Arte?” afirma ser difícil dizer o que é arte, por haverem muitos conceitos divergentes e até contraditórios elaborados por vários teóricos. Mas “[...] é possível dizer que arte são certas manifestações da atividade humana diante das quais nosso sentimento é admirativo [...]”.
E agora tomo eu por conceito de Artes Visuais toda representação através de imagens que sendo postas para contemplação são capazes de despertar/ evocar sentimentos, sensações, fruição. Ou, como anteriormente expressei-me, “as formas de arte e expressão que dialogam com o coração humano através do olhar.”. [Um Artista Visual faz coisas pras pessoas olharem e pensarem...]
Passou-se o tempo em que Arte, era considerado somente aquilo que melhor imitasse a natureza. Em que a técnica de reproduzir idêntico ou aperfeiçoado estava em primazia. O momento atual pede do artista sensibilidade, expressão, e uma força espiritual em suas obras que eleve a mente do apreciador “acima do corriqueiro”.
A obra (ou mesmo o fato de fazê-la) passa a ter um grande valor simbólico para seu criador. É uma extensão dele mesmo, de suas percepções, de como ele vê determinado tema. Algo novo e único, a combinação de experiências, o produto interno que se exterioriza.
E é diante de toda a subjetividade do mundo dos sentimentos e expressões, e do romantismo ideal dos discursos visuais que também encontra-se o profissional artista. Este quer, além de fazer sua arte e materializar seu mundo interior, vender sua obra, construir sua carreira e alcançar reconhecimento... Consagração no mundo das artes. [Nem todos... é tendência querer discutir sobre esse mundo sem querer chegar a tal consagração... "Vivo para a Arte e não da Arte", alguém pichou no corredor do CAL.]


O Sistema de Artes - Instâncias de Legitimação

Que mundo é esse e quais são suas regras?
A impressão que temos olhando de fora, é que esse é realmente um universo a parte. Pois raramente se noticia nos meios de comunicação, comuns à maioria das pessoas, sobre arte, salvo quando algum quadro é vendido por um valor exorbitante ou um museu tem obras importantíssimas furtadas (Pelo menos no Brasil é o que se percebe.). [Agora se fala muito no Romero Britto... ]
Como tais obras adquirem essa valorização?
Vamos começar pelo fim do processo - a consagração e aquisição por um museu – e digredir até a saída da obra do ateliê de seu criador. [Digredir é o contrário de progredir... Hoje uso palavras mais simples.]
Há várias maneiras de um museu adquirir uma obra de arte. Quando este aceita uma obra de alguém em sua coleção eleva-se a importância, e confere-se status ao objeto e a seu autor.
Algumas coleções pessoais são doadas a museus. Alguns museus compram obras de arte de artistas considerados importantes por seus curadores. Também há a aquisição através de salões, concursos e editais para o acervo de um museu entre outras mais raras.
Seja qual for a forma de chegada ao museu, para a consagração, a obra precisa passar pela crítica. Segundo Coli (1994) o discurso de um crítico ou de um historiador da arte implica em uma aceitação por ambos pelo objeto como arte. O discurso é juntamente com os lugares de exposição um mecanismo de legitimação.
Uma obra num museu gera discurso de um historiador. Uma obra em uma galeria famosa gera crítica, bem como quando vencedora ou mesmo participante de um salão, ou seja, quando exposta em locais e eventos importantes, como uma bienal, por exemplo.
As obras chegam às galerias através do curador que escolhe entre obras, entre artistas, entre colecionadores que estão vendendo suas coleções...
Às coleções são adquiridas geralmente através das galerias e marchands, e às vezes por encomendas/aquisições com próprio artista. Uma obra pode aumentar seu valor simbólico e pecuniário [representado por dinheiro] por pertencer à coleção de fulano.
Eventos como salões, exposições institucionais por edital e concursos são uma oportunidade de projeção pela visibilidade que proporcionam. A partir do momento que o artista e sua obra são vistos, serão também lembrados (com diz o ditado) e convidado a expor em locais de curadoria diferenciada (vemos aqui a curadoria como forma de seleção do que se vale a pena expor, legitimar, discursar...).
Chegamos ao gerenciador de carreira. Este pode ser o marchand que descobriu o artista (O marchand também cumpre o papel da galeria sendo que vende e também organiza exposições.), um serviço terceirizado, um parceiro com habilidades administrativas, ou o próprio artista. Que deve organizar um portfólio, saber falar do processo de criação, ir aos eventos certos, ter os contatos necessários, em fim, promover o artista e sua obra para que se possa entrar nesse grandioso sistema. [Preciso participar de alguns salões, tentar ser selecionada em editais, e começar gerenciar a carreira. Eu sabia que encontraria bons conselhos por aqui!]


Arte, Cultura, Público e Consumo

Em alguns lugares, não há dúvidas de que esse sistema ou universo das artes visuais e plásticas esteja bem canalizado. Em outros, porém, é difícil de ser implantado. É costume atribuir a culpa em parte a falta de recuos e incentivos de instituições públicas e privadas, em parte ao mau costume dos públicos e falta de mobilização dos agentes culturais começando pelos artistas e indo às autoridades culturais. [Sim! Cidades pequenas geralmente são assim.]
Mas a grande verdade é que se precisa sair da inércia (essa foi uma das questões mais trabalhadas pelo professor Paulo Gomes, que muito me instigou). Pois se os públicos forem mobilizados pela própria comunidade artística em formação, que também não deixa de ser um público, os governantes e empresários voltarão suas atenções às questões enfatizadas por seus governados e possíveis clientes, melhorando, assim, condições de trabalho aos artistas e fruição ao público em geral.
Esse público bem diverso, que na maioria dos casos não paga para ter um objeto artístico em sua casa, é quem sustenta, pela frequentação massiva e impostos o museu - instância máxima na hierarquia de legitimação - que por sua vez é quem dá mais visibilidade às artes fomentando seu consumo (refiro-me a compra direta) nas classes média e alta. 
O que [Algo que] leva o público em geral a ir a museus, galerias, mostras e outros tipos de exposições, comprar arte (os que podem pagar por ela) e se esforçar para a apreciar-la adequadamente, é além da necessidade que se cria de fruição, o valor simbólico de "possuir" cultura, de ter capacidades mentais para entender, discutir e apreciar a arte.
Otília B. F. Arantes em seu artigo “A “virada cultural” no Sistema das Artes”, fala do fenômeno capitalista em tornar a cultura um produto em que se investe pesado para que todos “comprem” e assim passem a necessitar de mais e mais coisas que por sua vez também serão compradas.
“[...]chegamos à situação paradoxal em que não só os grandes negócios parecem necessitar de iscas culturais, sob pena de não terem futuro, mas, mais ainda, para que ocorram, são obrigados a incorporar, do gerenciamento à divulgação de seus produtos, valores e modelos de funcionamento da cultura, mais especificamente, das artes[...] “. (ARANTES, 2005)
Ou seja, a arte em si torna-se um produto, a cultura ganha um eixo econômico e a economia gira em torno de questões culturais. Isso é evidenciado por Alexandre Melo (1994) quando trata as dimensões do sistema das artes, pois fala que além das instituições públicas ou privadas e dos colecionadores (que adquirem obras pelo valor simbólico) há um grupo que adquire arte como investimento, visto que as obras são passíveis de valorização ou/e, as vezes, desvalorização.São tratadas como ações da bolsa.
Obras consagradas são reservas de valor, obras conhecidas são investimentos e as novas são como especulação.


Inserção do egresso do curso de Artes Visuais no mercado de trabalho.

Em todo esse abrangente sistema de artes há muitas possibilidades de inserção profissional do aluno egresso que souber administrar sua carreira. Adquirir novos conhecimentos e manter uma visão atenta a aberta são requisitos básicos para o sucesso em qualquer ramo de atuação e na arte não seria diferente.
v Curadoria, Crítica, História da Arte, Museologia, Administração Cultural, Restauro de Obras, Elaboração de Projetos Culturais, Promoção de Eventos, Comercialização de Arte, entre muitas outras, são áreas em que a formação como Artista Visual proporcionaria uma base de conhecimentos perfeitamente útil e necessários para sua complementação. [Projetos culturais, amo!]
v Investir na carreira acadêmica abre muitas portas. Aprender uma ou mais línguas estrangeiras; participar de grupos de pesquisa; aprender a dissertar e organizar informações; construir um bom currículo; saber estruturar um projeto, são fatores essenciais para conseguir ingressar no mestrado ou doutorado. [No final de minha graduação isso me pareceu interessante... antes tarde que mais tarde! rsrs]
v Participar de exposições coletivas ou individuais; oferecer obras (ou pedir espaço) para exposição em caráter condicional, em lojas, cafés, bares, ou mesmo pagar pra que sejam oferecidas expostas adequadamente em locais apropriados sem seleção em forma curatorial, como é o caso da galeria (ou devo dizer loja de arte?) Especiarias, SM-RS. São formas fáceis e baratas e mostrar e vender as primeiras obras, ganhar confiança e experiência. [Não tem mais Especiarias =/ Eu gostava de lá...]
v Parcerias para ateliês, bazares, lojas, galerias ou outros projetos mais ou menos ousados, tornam os processos mais fáceis e suaves do que individualmente. [Parcerias! Quero!]
v A participação em salões, concursos, exposições por edital em instituições, repito o que já foi dito, gera visibilidade a possíveis olheiros que poderão impulsionar a carreira artística. [Vamos lá menina?!]
v Por fim, cito a possibilidade de trabalho em qualquer atividade que envolva estética, desenho, criação, e imagem. Que com certeza serão desenvolvidos com propriedade por um aluno egresso do curso que aplique os conhecimentos adquiridos. 


Conclusão:

As aulas, visitas, e reflexões feitas durante o semestre mostram um campo de atuação muitíssimo amplo, bem além das primeiras duas opções aparentes.
Independente da área escolhida durante ou após a formação em Artes Visuais – Desenho e Plástica na UFSM, o sucesso, após os primeiros passo de ingresso no mercado, dependerá além do trabalho bem feito, da habilidade nas relações pessoais e sociais na comunidade onde trabalhará pois invariavelmente, trabalhará com e para pessoas. [Por alguns motivos deixei a desejar aqui, mas vamos lá, vai dar certo!]


Bibliografia:

COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
ARANTES, Otília. A “Virada Culltural” do Sistema das Artes. 2005. Diponível em: . Acesso em 2 dez. 2009.
MELLO, Alexandre. As três dimensões do sistema. O que é arte. Lisboa: Difusão Cultural, 1994

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Fotografias da Madrugada e Manhã

Se tem coisa que me deixa inspirada é viajar. Mesmo o mesmo caminho de anos de Salto do Jacuí a Santa Maria que foi inclusive tema do meu TCC. Vejam o que eu vi hoje...

Chamam de hora mágica o tempo em que o céu se pinta da luz do sol, que logo vai surgir ou está indo embora, até alguns minutos depois dele aparecer ou sumir.  Dois espetáculos do começo e do fim do dia que raro as pessoas param pra apreciar.

O inverno desnuda algumas árvores. O contraste da estrutura dos contra o céu, me agrada. Esta eu vi na rodoviária de Estrela Velha - RS. Enquanto motorista do ônibus fez uma parada, aproveitei para tirar algumas fotos.






Barragem de Itaúba. Parte do caminho que amo registrar.


E este foi meu companheiro de café da manhã, com quem dividi pão de queijo e paçoquinha na rodoviária de Julho de Castilhos - RS.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

15 Conselhos para Fazer seu TCC com Tranquilidade

O tanto que aprendi fazendo o Trabalho de Graduação, irmão gêmeo do TCC de outros cursos, merece ser compartilhado. Então preparei essa lista com as principais dicas para levar numa boa esse tempo de pesquisa sobre seu assunto favorito. Alguns desses conselhos são atitudes que me facilitaram a vida e outros são coisas que aprendi apanhando.

1- Escolha um tema que realmente goste.
Você conviverá com esse tema durante um bom tempo, terá que fazer muitas leituras, pensar bastante e escrever. Melhor que seja um assunto de seu interesse, as coisas vão fruir de forma mais agradável assim, caso contrário, pode ser um tormento. Resista pessoas que querem que você trabalhe com algo que não tem afinidade.

2- Tenha bom relacionamento com seu orientador.
Em minha faculdade, a orientação foi antes do período do Trabalho de Graduação, o trabalho final se faz individualmente. Mas sei da importância de se dar bem com a pessoa e o método de pensamento e pesquisa do orientador. Desde a escolha do tema até os desdobramentos todos é importante acordo. Já ouvi inúmeras histórias onde essa relação mais atrapalhou que ajudou. Cuidado ao escolher. Inteligência, sinceridade e mente aberta ao trocar ideias no processo.

3- Amplie suas ideias.
Depois de escolher um tema em acordo com seu orientador (ou sozinho, se for o caso), pense na multiplicidade de desdobramentos e faça seu mapa conceitual. A partir do tema faça perguntas como: Oque? Por quê? Como? Para que? Das respostas, puxe outras perguntas, para as quais deverá buscar respostas nas próprias reflexões, em livros, artigos e trabalho de outros profissionais e pesquisadores do assunto.

4- Confira os recursos.
Liste o que você precisa e tenha certeza de que vai conseguir a tempo de executar o projeto. Compre, peça emprestado ou reserve livros com antecedência, veja se os programas de computador funcionam como você precisa e garanta matéria prima para desenvolver o que você planeja. Ficar parado no tempo porque não tem o que precisa pode dar muita dor de cabeça e atropelamentos no futuro. Não demore muito tempo dependendo de outros para algo, se perceber que vão te amolar, faça você mesmo ou encontre outro modo de fazer.

5- Dedique-se a uma pesquisa sincera.
Parece uma dica óbvia, mas não é. Eu mesma me senti tentada a buscar autores apenas para fundamentar minha ideias prontas sobre o assunto. Fazer leituras variadas sem preconceitos ao analisar as ideias de cada autor ajuda ver as coisas de uma nova forma e a, realmente, fazer descobertas interessantes. Busque o máximo de material, estude várias possibilidades para uma mesma composição ou apresentação para ter certeza de que escolheu o melhor caminho.

6- Faça um esqueleto.
Assim como o mapa conceitual, o esqueleto, ou o sumário, é uma ótima ferramenta na elaboração do texto. Sempre que alguém me diz que não sabia por onde começar digo para escrever em tópicos o que quer ou precisa falar. (Isso tá tão dentro de mim, que sempre que preciso ter uma conversa importante, anoto em tópicos.). Pra um texto longo isso tem muitas vantagens. Uma é que se você não está muito a fim de escrever sobre uma parte, pula pra outra e retorna depois. O outra é que se você for desmembrando os tópicos em subcategorias vai visualizando as ideias que precisa conectar.

7- Faça um cronograma e dedique tempo.
Um bom resultado não é fruto do acaso ou sorte. É necessário tempo de estudo, reflexão, descanso, testes, elaboração de ideias, escrita, revisão de texto. Projeto e execução. É importante ter um cronograma pois você tem um prazo a cumprir, e se deixar tudo para a última hora, não vai dar conta. Elabore o cronograma dividindo todas as tarefas pelo tempo disponível, sempre com espaço para imprevistos, e faça o que é preciso fazer. Quando puder sobrar tempo, execute a tarefa seguinte. Tempo diluído ou concentrado, conforme você preferir, mas um bom tempo, pois disso depende a qualidade do seu trabalho.

8- Não procrastine.
Algumas tarefas são mais chatinhas que as outras. No meu caso, a mais chata foi colocar o texto nas normas da MDT ou ABNT. Sofri com isso, e foi a parte que não ficou do jeito que eu queria... Mas ir empurrando o que você não curte pra depois e depois, certamente causará um estresse bem maior do que fazer logo. Se você não vai escapar de fazer algo que não gosta, por que não fazer, mesmo que aos poucos, num tempo tranquilo em vez de deixar para o momento mais tenso: o final, a última hora? As vezes acontece um bloqueio para toda e qualquer tarefa, nessa hora, não tem jeito... Faça algo (brevemente) algo relaxante para tomar fôlego e comece de qualquer forma. Melhor andar um pouco que não sair do lugar.

9- Avalie-se.
Ao final do dia e ao final da semana, avalie o que você fez. Comemore os pontos positivos e trace estratégias para corrigir o que não está bom. Veja se conseguiu seguir o cronograma ou se precisa de ajustes, se precisa acelerar seu ritmo ou se deve incluir aquele assunto que descobriu nas últimas leituras. Leia o que escreveu com olhar crítico ou peça para alguém fazê-lo. Avalei e melhore o conteúdo, a linguagem, o humor e a qualidade de vida.

10- Conheça-se.
Todo nós temos coisas que nos induzem a concentração. Perceba oque faz você se concentrar e adote como ritual antes de começar o trabalho. Organize o ambiente, tome banho, coma, tome chá, vá para aquele cantinho que gosta, coloque fundo musical, ligue a TV baixinho faça uma caminhada para pensar sobre seu tema. Criei uma página no Facebook e escrevia alguma coisa lá sempre que queria me animar. Quando eu viajava, as ideias fervilhavam no ônibus. Uma amiga ficava mudando de lugar na casa: cozinha, sala, mesa, sofá, escrivaninha, cama... Um professor contou que tomava até oito banhos por dia no período de sua dissertação e que gravou trechos do texto falando enquanto caminhava. O importante é descobrir o que faz você ter um bom rendimento e utilizar isso a seu favor.

11- Cuide de sua saúde.
O que você come e bebe, a qualidade do seu sono e o quanto você se exercita, são coisas que influenciam o funcionamento do seu corpo de sua mente. Então tente fazer as coisas direitinho para não ficar doente e mau humorado por aí... Positividade, otimismo e clareza de pensamento tem muito a ver com seu bem-estar físico. Passar madrugadas sem dormir a base de café e pó de guaraná pode até ser o método de alguns para conseguirem dar conta do trabalho. Precisei passar acordada a última madrugada antes da entrega, mas foi só uma. O ideal é se planejar e não ter que tomar medidas desesperadas. Seu TCC passa, seu corpo permanece.

12- Não se estresse
É difícil, eu sei... Pode dar vontade de arrancar os cabelos. Mas calma! Todos os problemas tem solução, e se não tem, pra que se desesperar? Algumas pessoas podem ter até mesmo aquirir doenças mentais e emocionais por causa do estresse e ansiedade com o tão temido. Reserve um dia de descanso semanal, assim poderá refazer suas energias e deixar suas ideias se organizarem. Descanse sem peso na consciência. Se você cuidar de todas as partes do processo de forma adequada, essa pode ser a fase mais prazerosa de sua faculdade, fase de descobertas e orgulho do bom trabalho que está construindo, do seu melhor.

13- Na crise, supere limites.
As coisas apertaram e aconteceu algo que não está sobre seu controle certo? Não se desespere. Avalie a situação e decida o que fazer, dentro de suas possibilidades. Não deixe o desânimo tomar conta, vá trabalhando até o limite ou além. Continue tentando, talvez não dê certo, talvez não dê tempo, mas você terá uma consciência tranquila. E se der certo, o esforço valerá apena e a conquista terá um sabor especial de emoção.

14- Cerque-se de pessoas interessadas e positivas.
É bom conversar sobre o trabalho com amigos que gostem do assunto, te façam sugestões e comemorem os pequenos progressos. Se conseguir compartilhar seu trabalho com outros, não se sentirá sozinho na caminhada. O perfil do Tcc Querido (que agora é nossa fanpage) foi uma experiência gratificante, as pessoas participaram do processo do Trabalho de Graduação. E mesmo que seu tema não seja lá essas maravilhas paras seus amigos, converse sobre o que for legal e sobre outras coisas também. Aliás, distraia-se de vez em quando. Amigos podem te animar, te acalmar, ajudar em detalhes do trabalho e te manter acordado naquela madrugada emergencial. Não esqueça de ser grato e pronto a ajudar também. Ame e sinta-se amado. Faz diferença.

15- Confie que vai dar tudo certo.
"Se ainda não deu certo é porque ainda não chegou ao fim.". Ao fazer a sua parte, organizar-se e tomar as providências necessárias para que tudo saia bem, tenha fé que vai dar certo. A confiança tem efeitos incríveis sobre as ações e resultados. Fazer meu trabalho consciente da presença divina me ajudou continuar motivada em meio aos problemas e a certeza de que estava fazendo meu melhor me deu a tranquilidade para encarar qualquer resultado como uma boa resposta. Mesmo uma reprovação poderia ser bom pois eu teria um novo tempo para melhorar o trabalho. Acredito que melhor sempre acontece a quem tem fé.

O Mapa Conceitual

Uma das coisas mais interessantes do seminário de Metodologia da Pesquisa que participei na última fase de elaboração de meu Trabalho de Graduação foi o "Mapa Conceitual".
 Já fiz isso várias vezes sem saber o nome, sem exatamente colocar no papel como um mapa... Mas realmente um mapa ajuda a visualizar os passos da pesquisa e dá uma linha mais clara pra escrever.

 Partimos do tema. Qual o meu tema? Paisagens do Caminho

 A palavra chave é Paisagem. No meu caso, preciso fazer uma 'Produção Plástica' sobre paisagem e um 'Texto' sobre o trabalho plástico. A pesquisa é dupla. Meu ponto de partida foi responder as perguntas, fazer o projeto, sobre o trabalho plástico e depois sobre o texto. E depois ir fazendo uma grande rede com tudo. 

 No mapa "... apontamos palavras chaves conectadas sobre o que já sabemos, àquilo que gostaríamos de saber mais (as nossas perguntas) e àquilo que suspeitamos que podemos descobrir ao longo da jornada." (Lutiere Dalla Valle)

 As perguntas primeiras de todos os começos de projeto: 

 Qual é o tema? 
 O que é isso? 
 Por quê esse tema? 
 Para quê?
Como vou desenvolver meu trabalho plástico?
Como vou desenvolver minha pesquisa? 

 A partir do tema, peguei a palavra mais importante "Paisagem" para fazer essas perguntas. Das respostas, surgem outras perguntas, para as quais buscaremos respostas nas próprias reflexões, em livros e artigos sobre o assunto.

Eis uma foto de meu início, meu mapa:


E você? Já fez o mapa de sua pesquisa? 


Concentrado ou Diluído - sobre o Tempo e o Texto


Em jornada acadêmica aprendi que até posso escrever um texto razoável em pouco tempo. Mas o tempo que levo pensando e pesquisando sobre o assunto não pode ser pouco.
As ideias precisam estar já construídas ou não haverá texto (bom texto).
Construção de ideias leva tempo.
O tempo pode ser concentrado ou diluído... Preferi o diluído pra pensar e o concentrado pra escrever. 
Algumas pessoas fazem tudo em diluído... Suas pesquisas são claras e seus textos não contém erros gramaticais, estão de acordo com a MDT (ou ABNT).
Tem gente que faz tudo concentrado... A energia das ideias, leituras, trabalho é pulsante... Mas tem coisa que acaba passando despercebida! É que concentrado exigem energia mesmo, muita energia as vezes mais do que podemos dar.
Já fiz coisas só no concentrado... e agora estou aprendendo diluir... Cada caso tem suas vantagens.
Caso não queira viver só para o trabalho por algum tempo, caso queira tem um tempo pros amigos, estudar música, descansar, se distrair... melhor diluir um pouco!
Agora, concentrado ou diluído, é bom dedicar tempo... Depende disso sua fluência e intimidade com o tema. Todos vão perceber!

E você, faz concentrado ou diluído?